Fazenda Canuanã – Refeitório

O projeto de paisagismo das áreas da Fazenda Canuanã que englobam o refeitório e seu entorno e do complexo habitacional teve sua concepção inspirada nas características do meio natural. desta forma, foram contemplados arranjos florísticos que remetem ao Cerrado principalmente, mas que também contam com elementos das formações de Floresta Amazônica e Pantanal.

A intenção da utilização de espécimes nativos foi a de impulsionar o potencial ecogênico do paisagismo conservacionista e, sobretudo, ressaltar a identidade sócio-ambiental das pessoas que habitam e frequentam.

As condições de solo e relevo possibilitaram a composição de canteiros bem estruturados e que contam com grandes maciços, criados de maneira a demandar pouca manutenção e que possam se desenvolver da forma mais espontânea e natural possível, fazendo com que mostrem todo o seu potencial paisagístico e ecológico. Da mesma forma se deu a escolha das espécies arbóreas, as quais têm a sua fenologia complementar, de modo com que hajam florações e frutificações em curso durante o ano todo.

Um outro aspecto importante foi o condicionamento do microclima de cada local por meio do paisagismo. Foram criadas áreas sombreadas posicionadas de maneira a amenizar a incidência solar nos pontos de maior fluxo ou permanência.

Os percursos foram criados para conectar os equipamentos e as unidades arquitetônicas da forma mais eficiente e acessível. A pavimentação foi pensada de maneira a assemelhar-se também com a natureza e de modo a garantir a permeabilidade do solo, dando-se na forma de longas placas de pedra, dispostas de maneira descontínua.

Bem em frente ao refeitório foi criada uma praça ampla, tendo como marco central uma Mangueira existente já de grande porte. Nas regularizações dos desníveis do terreno foram criados volumes que formam grandes bancos ao ar livre. Nessas dependências foram contemplados espécies frutíferas, medicinais e aromáticas de modo a se compor um jardim comestível, utilizados também nas atividades de educação ambiental, por exemplo. No interior do refeitório foram criados jardins internos compostos por vegetação densa e de características de sub-bosque.

A área das habitações foi concebida com os mesmos preceitos, de modo a humanizar as áreas e condicionar a permanência. O posicionamento das árvores se deu de maneira a sombrear as faces norte e oeste das edificações. Como marcos urbanísticos, o Tamboril (Eterolobium sp.) foi o escolhido como espécie simbólica para marcar as áreas de permanência mais relevantes. Na divisa entre as moradas foram criadas composições paisagísticas que tem a função de ornamentar e, ao mesmo tempo, suavizar os muros, resultando numa maior unidade paisagística. No núcleo central das habitações, foi criada uma arena que tem o propósito de conexão social.

FOTO: PEDRO KOK

conclusão projeto: 2019
conclusão execução: 2022
local: Formoso do Araguaia, Tocantins – Brasil
arquitetura: Terra e Tuma Arquitetos Associados, Rosenbaum Arquitetura

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